Menina, moleca...

Boneca do pai e princesa da mãe.
Deixa de lado essa "coisa" de ser lagarta e seja borboleta.
Abra a gaveta, encontre sua cores, misture todas e se refaça.
Vista suas asas!

 Que bom que todo dia o sol não tem preguiça, nunca quer ficar só mais cinco minutinhos na cama e se levanta, trazendo consigo a oportunidade de tornar tudo novo.
Daí a “certeza” de que se nada der certo, chegada ao fim a visita da lua logo vem um novo começo.
Ao som do despertador eu abro os olhos e volto a fechá-los rapidamente em sinal de gratidão.
- Muito obrigada meu Deus, eu permaneço viva! Eu to aqui e vou pra cima!
Estar aqui por mais algumas horas que sejam - ninguém sabe se haverá mais 24 - é incrivel e eu não quero perder um segundo disso tudo.
Tenho passado por um momento de reflexão e de muitas mudanças.
Acreditar que eu tenho a capacidade de mudar tudo aquilo que me incomoda, é a principal de todas elas.
To com vontade de me lançar e ser tudo aquilo que eu sinto que posso.
Quero ser tudo aquilo que eu escolhi pra mim.
Não quero ter preguiça, nem quero me esconder atrás de desculpas pra tentar me enganar.
Quero encontrar meios! Eu sei que consigo!
Hoje essa chama está acesa e está queimando.
Quando por algum motivo ela abrandar e quiser virar cinza, volto aqui e leio isso tudo de novo.
Tomo minha dose de ânimo, coloco meu tênis e vou atrás daquilo que me faz bem.

Por fim fica o desejo de que eu tenha a coragem de ser diferente a cada quadrinho de folhinha de calendário em branco que me é dado.

É preciso mudar.
Chegou a hora de encarar a minha maior e mais díficil mudança.
Preciso mudar meu coração de foco, de cidade, de forma, de cor e de você!
Chega! Não dá mais pra ficar imaginando o que se passa pela sua cabeça.
Não posso mais me questionar sobre a falta que sentes ou não de mim.
(não é fácil manter-se como mulher decidida e racional, isso não combina nada comigo).
Pensar que você me esqueceu pra sempre, numa gaveta onde guarda os seu papéis velhos e as suas coisas empoeiradas, me dói.
Me empurra do alto de um penhasco e consome toda ponta de esperança que guardo aqui.
Já faz tanto tempo e isso tudo voltou a me incomodar. Porque?
Por vezes pensei em ir até onde você vive, pra simplesmente não dizer nada.
Talvez ficar parada dentro do carro te vendo de longe sem coragem de chegar perto.
Pra deixar meia dúzia de lágrimas escorrerem dos olhos e sentir o coração formigando.
Colocar no rosto um meio sorriso e pensar "Foi você quem quis assim, o que eu posso fazer?!".
Imaginar num piscar de olhos como seria se a porta se abrisse e eu pro seu abraço fosse.
Sentir teu cheiro de novo, me perder nos braços, sorrir sincera e descabelada.
Por um minuto tirar meus pensamentos desse mundo e esquecer de tudo.
Como se a vida começasse de novo à partir dali!
Matar essa saudade que aperta e sufoca minuto a minuto.
Queria que tudo se encaixasse e que como na prece "seja feita a sua vontade" nesse caso a minha.
Me pouparia de uma tristeza que eu até hoje não tive coragem de encarar.
Pena que o meu mundo é outro e esse pedaço de sonho não vem pra vida real.
Dizem que eu preciso te deixar ir embora pra sempre de mim.
Deixar de lado o anseio "de novo nós dois" que esse coração espera.
O que me prega ao chão e o que te prende aqui, é o fato de que eu nunca mais pude colocar os meus olhos em você.
Nunca mais te vi passar, nunca mais escutei a sua voz...
E ai me dizem que pode ser que tudo seja ilusão.
Uma imagem distorcida criada por mim pra guardar aquela parte que "foi" boa e que hoje pode não ser.
Eu só queria entender porque a minha inspiração ainda brota de você!